A decoradora Luiza Fiorito revela as tendências dos buquês de casamento e como transforma flores descartadas em gestos de amor
Flores que Contam Histórias
Dezembro carrega consigo o brilho das festividades de fim de ano. É o mês do Natal, das celebrações em família e do encerramento de ciclos, perfeito para casais que desejam um casamento mágico e cheio de simbolismo.
Casar em dezembro é como viver um verdadeiro conto de fadas. Luzes, guirlandas e detalhes em dourado ou vermelho podem ser integrados à decoração, sem perder a identidade dos noivos, além da economia de celebrar dois momentos festivos. Mas será que dá para conciliar Natal e Casamento?
Para cerimônias mais sofisticadas, a decoradora recomenda o uso de flores brancas e toques de brilho para criar um cenário elegante e inesquecível.
Falando das flores, o buquê da noiva é o acessório encantador, que toda noiva carrega como símbolo de sorte e felicidade para o casal. Atualmente, existe uma variedade de estilos, cores e formatos. Cada buquê, conta uma história e retrata o comportamento e as tendências de cada época.
Não se sabe ao certo a origem exata, mas algumas teorias contam que a tradição começou na Grécia, como adorno usado para proteção das noivas. Porém, o que sabemos, é que hoje o buquê faz parte da entrada triunfal, com lugar de destaque nas cerimônias de casamento.
O olhar social e sustentável da decoradora vai além de transformar casamentos em experiências únicas, Luiza lidera um projeto, que ressignifica flores descartadas das festas e prolonga a lembrança da felicidade.
“A sustentabilidade é fundamental nas tendências atuais, e vejo uma crescente valorização das flores locais e sazonais, que minimizam o impacto ambiental. Eu sempre incentivo meus clientes a refletirem sobre isso. Tenho um projeto social chamado “Por Onde Flor Espalhe Amor”, no qual, com a permissão dos noivos e organizadores, reaproveito as flores que seriam descartadas após os eventos. Assim, além de minimizar o desperdício, levamos beleza e esperança.” define Luiza.
A partir disso, ela usa a dedicação e a criatividade, para perpetuar esse momento tão importante. Luiza cria novos arranjos e os distribui em asilos e creches; esse ato consegue repartir emoção, cor e alegria para quem mais precisa.
As flores têm o poder de contar histórias, criar memórias, transformar ambientes e tocar o coração das pessoas. Entre tantos relatos na carreira profissional da decoradora um merece destaque afetivo.
“Recentemente, uma noiva escolheu carregar um único girassol no dia do seu casamento. Para ela e o noivo, essa flor representava o início da história deles, quando ele a presenteou com um girassol colhido por ele mesmo, no campo da fazenda onde ele cresceu. Esse gesto simbólico, carregado de emoção e significado pessoal, transformou o buquê em uma lembrança única e marcante, conectando o passado e o futuro do casal de forma simples, mas profunda”, conta Luiza.
Apaixonada por eventos, especializou-se nessa área e, há mais de dez anos, dedica-se à criação de verdadeiras obras de arte em arranjos criativos que embelezam casamentos e grandes eventos corporativos no Brasil e no exterior.
Formada em marketing e negócios pela BBSI na Inglaterra, ela é pós-graduada em Gestão de Negócios pelo IBMEC. Sua experiência no ramo de Inteligência de Mercado complementa sua visão inovadora, enquanto sua formação em projetos arquitetônicos e cenográficos pela EBAC (Escola Britânica de Artes Criativas e Tecnologia).
- Como você enxerga a evolução dos buquês ao longo dos anos? Quais mudanças mais te marcaram, tanto no design quanto nos materiais utilizados?
Luiza: “ – Os buquês evoluíram para expressar personalidade e ousadia, deixando de lado o convencional. O design se tornou mais livre, com formas assimétricas e misturas inesperadas de flores. Vemos muitas noivas casando com uma só flor o que trouxe um toque único, quebrando tradições e criando algo mais moderno e autêntico”.
- Apesar da tendência do minimalismo, ainda há espaço para buquês mais elaborados e exuberantes?
Luiza: “ – Sim, com certeza! Embora o minimalismo esteja em alta, há sempre espaço para buquês mais elaborados e exuberantes, especialmente quando eles refletem a personalidade e os desejos da noiva. O segredo está em equilibrar o volume e a riqueza das flores com uma composição harmoniosa, sem sobrecarregar o visual. Afinal, o buquê não pode chamar mais atenção que a noiva!”.
- Você percebe alguma relação entre a evolução dos buquês e as mudanças comportamentais das noivas ao longo dos anos?
Luiza: “ – A evolução dos buquês reflete diretamente as mudanças comportamentais das noivas. Antigamente, o buquê era um símbolo tradicional do casamento como um todo, enquanto hoje, ele se tornou uma extensão da personalidade da noiva. As noivas de hoje estão mais independentes, autênticas e preocupadas com a sustentabilidade, o que se reflete em escolhas mais ousadas, criativas e até ecológicas. O buquê, assim como o casamento, passou a ser uma forma de expressão pessoal, conectando emoções, histórias e valores da noiva ao longo do tempo”.
- Como eternizar a vida útil dos buquês?
Luiza: “ – Para eternizar a vida útil de um buquê, uma das opções mais encantadoras é desidratar as flores, preservando sua beleza e texturas. Após a secagem, elas podem ser transformadas em quadros, criando uma obra de arte única e repleta de significado. Outra alternativa é resiná-las, encapsulando-as em peças duráveis como bandejas, vasos ou outros adornos para a casa, garantindo que o buquê continue a decorar o ambiente. Para algo ainda mais pessoal, as flores podem ser convertidas em joias, como broches, pingentes ou anéis, tornando-se um acessório cheio de lembranças e elegância. Essas opções não apenas preservam a beleza do buquê, mas também oferecem formas criativas e emocionais de reviver o dia do casamento ao longo dos anos”.
- Você tem um projeto lindo “ Por onde flor espalhe amor”, como surgiu essa ideia?
Luiza: “ – O projeto “Por Onde Flor Espalhe Amor” surgiu durante a pandemia, quando, de uma forma simples, comecei a amarrar flores em bancos de praça, ônibus e outros lugares pela cidade. .” Era minha forma de espalhar amor, positividade e carinho em tempos tão difíceis. Quando os eventos voltaram, eu vi uma oportunidade de transformar esse gesto em algo ainda maior. O “Por Onde Flor Espalhe Amor” se tornou não apenas um projeto, mas o meu propósito de vida e minha missão social, conectando minha paixão pelas flores com um desejo profundo de contribuir para um mundo mais amoroso e acolhedor. Hoje, também sou professora voluntária, ensinando arte para crianças e mostrando como podemos transformar o mundo em um lugar mais colorido e cheio de amor, através de pequenas ações que fazem toda a diferença”.